Longe de mim criticar Dorival Junior nessa altura do campeonato.
Afinal, se teve alguém que deu algo parecido com um sistema tático à equipe neste ano foi ele.
E foi ele, inclusive, que escalou contra o Palmeiras um time raçudo e bem distribuído em campo.
Levamos o primeiro gol por acidente de trabalho, embora esses acidentes estejam se repetindo com uma frequência absurda contra o Galo.
Gostei de ver que a pegada da equipe melhorou muito em eficácia. A compactação do meio funcionou e tivemos oportunidades de sair na frente no placar.
Aquela bola do Ricardo Bueno, no primeiro tempo, merecia entrar. E se entrasse, a história do jogo seria outra.
Mas porque iniciei esta crônica falando de Dorival Junior?
Porque o mesmo Dorival que formatou a boa equipe que iniciou o jogo foi o mesmo Dorival que se incumbiu de desmontá-la!
Ora, até os vinte e poucos minutos da segunda etapa, o Galo estava mais perto do empate do que o Palmeiras do segundo gol.
Alê dava boa proteção à zaga. Renan Ribeiro se tornou um espectador privilegiado. O Atlético tramava muito bem no meio e Neto Berola se encarregava de enlouquecer a zaga palmeirense.
O que tinha de errado nisso?
Mas Dorival entendeu que faltava ofensividade. Tudo bem, eu entendo. Mas no momento que tirou Alê, o único volante de contenção em campo, ele entregou o jogo ao Palmeiras.
Porque Serginho entrou mal demais. Porque Nikão entrou mal demais.
Se Serginho tivesse entrado no lugar do Diego Macedo, eu entenderia. Mas deslocar Mendez para a lateral direita e lançar Nikão, meia ofensivo que não marca nada, cá entre nós, foi o fim da picada.
De repente, a zaga atleticana, que aos trancos e barrancos vinha se comportando bem, foi vendida aos piratas. À sua frente, se abriu um corredor maior que o oceano Atlântico, sem sinais e sem faróis.
E a sorte do jogo mudou de lado. A partir daquele momento, o Galo se perdeu em campo. Não houve mais nenhuma jogada aguda em direção ao gol, troca de passes, nem nada. Absolutamente nada.
O time murchou. E o Palmeiras, a partir daí, retomou as rédeas de uma partida que até então vínhamos comandando e certamente, a qualquer momento, empataríamos.
Quando Ricardo Bueno perdeu a bola que concedeu o segundo gol ao Palmeiras, auxiliado pela preguiça de Jairo Campos de ir com vontade no atacante, a esperança foi trucidada. O que poderia ser uma vitória ou um empate heróicos, virou uma derrota frustrante.
A entrada de Tardelli, um pouco antes, só fez desarticular ainda mais o esquema proposto.
Pois Tardelli não jogou absolutamente nada. Fabiano, por mais inseguro que estivesse em campo, produziu muito mais que ele.
Valeu a tentativa? Claro, há de se tentar ganhar um jogo. Mas, valha-me Deus, mexer em 3 peças e errar em todas, é 0% de aproveitamento!
E isso me assusta sobremaneira, embora não me faça desesperar e nem mudar o meu conceito a respeito do nosso bom comandante.
Afinal, para quem assistiu, pasmo e boquiaberto, as monumentais asneiras de um moleque irresponsável por 8 longos meses, isso é café pequeno!
Dorival Junior vem trabalhando bem, não se pode negar. A mudança de esquema, o posicionamento e a atitude da equipe mudaram da água para o vinho, reconheço.
Nada a reclamar quanto a isso. O que me preocupa são as substituições. Estas sim, me dão calafrios!
Destaques positivos: Renan Ribeiro e Neto Berola.
Destaques negativos: Fernandinho (horrível), Jairo Campos, Serginho e Nikão.
Perdemos, mas foi um jogo jogado com a raça que caracteriza a esquadra alvinegra.
E só por isso vou dormir em paz!
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