
Sabem aquele vizinho que se acha o gostosão do pedaço e é arrogante até não mais poder?
Sabem aquele colega de trabalho que arrota as maiores besteiras como se fossem a mais pura expressão da genialidade?
Eu tenho certeza de que vocês sabem, pois já passaram por isso. E quem não teve de tolerar uma pessoa assim em algum momento da vida?
Pois foi exatamente o que suportamos antes do clássico: um vizinho destilando arrogância e um colega de trabalho com a empáfia transbordando pelo ladrão.
Mas a certeza que eles tinham da vitória foi pro ralo com a rapidez de um Fórmula 1.
E não foi uma derrota de 1 ou 2 não!
Foi de 4, atendendo aos insistentes pedidos dos próprios cruzeirenses, porque, sei lá por quais motivos, é essa a posição preferida deles.
Não estou tripudiando sobre os derrotados, mas não existe nada melhor nesse mundo do que saborear uma vitória sobre o mauricinho da rua G, quando o mauricinho da rua G canta vitória antes da hora.
Ganhar do cruzeiro é o supremo prazer da vida de quem tem o sangue preto e branco.
Ah, meus amigos, é como fazer amor com a Cameron Diaz. E se isso é tripudiar, então estou tripudiando mesmo e pronto!
Mas vamos à história do jogo:
O Galo entrou em campo concentrado. Congestionou o meio de campo e não permitiu que os moços azuis, principalmente Montillo, o tal cabalero azul (é cada apelido delicado que vou te contar!), fizessem algo de produtivo.
E quando o Atlético já metia 2 a 0, o juiz marcou um penalti que só ele, em sua criativa imaginação, viu.
Ainda bem que a arrogância traiu Montillo, que tentou uma cavadinha para humilhar Renan Ribeiro. E o tiro saiu pela culatra.
O castigo veio a jato, logo a seguir, com Obina dividindo uma bola cruzada por Serginho e botando a terceira bolinha na caçapa.
O primeiro tempo foi do Galo até os 30, 35 minutos. Compacto no meio, forte nas pegadas e com todos os atletas se ajudando, não se incomodou em jogar feio na defesa ou em qualquer lugar aonde a bola fosse objeto de disputa.
Se a equipe tivesse ido para o intervalo sem levar aquele gol do Gilberto, a história do segundo tempo teria sido outra.
Mas levou. E isso fez com que o cruzeiro se motivasse e se apegasse a uma centelha de esperança.
Esperança esta muito reforçada pela atuação do trio de árbitros, que vestiu a camisa do clube do lado assoreado da lagoa desde o início do jogo.
Faltas inventadas, cartões amarelos em profusão só para os jogadores alvinegros, vistas grossas para as faltas do cruzeiro, 5 marcações de impedimentos inexistentes, etc, etc, etc.
Isso significa dizer que o Galo, além de enfrentar uma boa equipe (que, sem dúvida, o cruzeiro é) também enfrentou quem tinha a obrigação de ser imparcial e não foi.
Nós temos ainda vários problemas de conjunto e de postura. Se não os tivéssemos, o resultado teria sido uma sonora goleada.
No mínimo, 4 a 1. Pois a partir do quarto gol, desceu aquela névoa costumeira na cabeça dos jogadores, que se distanciaram uns dos outros e não persistiram na pegada que imprimiam antes, além de se retraírem ainda mais.
A verdade é que houve uma certa acomodação.
Deram espaço novamente e o cruzeiro aproveitou o cochilo para marcar mais dois.
O incrível é que, ao encostar no placar, a equipe azul se cansou. E não incomodou da forma como vinha fazendo desde o apito inicial da segunda etapa.
E o Galo pôde respirar novamente. Dos 35 minutos até o fim do jogo, foi o único momento em que o Galo não levou sufoco, por mais curioso que possa parecer.
E quase marcou o quinto gol em um contra-ataque rápido com Daniel Carvalho, que só não converteu porque não tem o pé direito.
Não vou ressaltar os destaques do Galo, porque a vitória foi de todos e posso cometer injustiças. Louvem-se a luta e a raça demonstradas pelo time.
Contudo, não falar das atuações de Réver e de Obina também seria injusto.
Réver foi o melhor jogador da partida. O capitão alvinegro se multiplicou em campo. Tanto pelo alto quanto por baixo, foi um monstro. E gritou com todos o tempo inteiro. Posso dizer que é o zagueiro dos sonhos atleticanos. Uma verdadeira muralha ali atrás.
E a presença de Obina na área foi fundamental para o resultado. Ao marcar 3 gols em uma partida tão importante, Obina se consolidou como um verdadeiro ídolo da Massa.
Enfim, espero que o Galo aproveite este resultado espetacular para se fortalecer mentalmente.
Agora fora da zona de rebaixamento, tem tudo para se distanciar e consolidar uma firme recuperação sob o comando inteligente de um técnico de verdade.
O manto sagrado está sendo respeitado novamente, depois de quase ter sido rasgado por um moleque irresponsável.
É a hora da retomada. É a hora de partir para as cabeças, meu Galo!
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